Startups Tech Driven (dirigidas pela tecnologia)
As startups tech-driven são as startups que criam tecnologias novas, até então inexistentes. Ou, então modificam e inovam tecnologias existentes para adaptá-las às atuais (ou futuras) necessidades humanas.
Nos últimos anos, a tecnologia (ou melhor a tecnologia da era digital) passou a permear todas as esferas de atividades humanas. E, em muitos casos ainda estamos nos acostumando com sua presença, com as transformações e os problemas que elas provocam.
Porém, o passar dos anos trará à tona novas necessidades e conceitos sociais que precisarão ser considerados e atendidos, abrindo espaço para que novas empresas assumam o leme da criação de tecnologias.
É exatamente nesse espaço que as empresas tech-driven entram, com o objetivo principal de desenvolver tecnologias proprietárias, ambicionando conquistar seus usuários ao suprir suas carências tecnológicas.
Em um negócio movido pela tecnologia, inovação é a palavra-chave.
Nem pense em apostar na mesma resposta duas vezes! Soluções que levaram ao sucesso no passado, não ajudam a garantir vitórias futuras.
Benefícios
As startups tech-driven são as que:
- tem mais chances de serem verdadeiramente disruptivas;
- em geral aquelas que fazem história quando bem-sucedidas;
- possuem vantagens competitivas importantes em relação aos seus concorrentes.
Pontos de Atenção
Startups deste tipo:
- drenam mais recursos financeiros;
- possuem alto risco de fracasso técnico e mercadológico.
Algumas empresas tech-driven e no que elas apostam:
- Tesla ? Carros Autônomos e Novas fontes de energia;
- NotCo ? Inteligência Artificial e Bioquímica ? alimentos feitos de plantas;
- growPack ? Biomateriais;
- DoNotPay ? Inteligência Artificial ? advogado robô;
- Unspun ? roupas personalizadas, feitas de acordo com o corpo de cada cliente.
Startups Tech-Enabled (habilitadas pela tecnologia)
As startups tech-enabled são as startups que utilizam tecnologias existentes oferecendo aos clientes um serviço/produto conhecido, mas em um novo formato, com o objetivo de fazer o cliente:
- melhorar a eficiência e o desempenho;
- sentir-se entretido ou realizado;
- diminuir os custos ou aumentar os ganhos;
- diminuir inconveniências ou aumentar o conforto.
A maioria das startups que conhecemos e das quais somos usuários em nosso dia a dia são empresas habilitadas pela tecnologia.
Muitas delas são as responsáveis pela crescente digitalização das nossas vidas. Ao usarem tecnologias existentes, elas focam na experiência dos clientes para engajá-los e fidelizá-los.
Essas empresas:
? encontram lacunas no mercado
? desenvolvem ideias para preencher essas lacunas
? validam a ideia com seus potenciais clientes
? mapeiam o mercado para analisar a concorrência
? integram as tecnologias existentes para chegar na sua proposta de solução, seu produto/serviço
? desenvolvem um UX (experiência do cliente) único e atrativo
? apostam em agilidade para conseguir escalonar seu negócios e minimizar ou superar a concorrência.
O desenvolvimento delas depende do feedback dos usuários e das últimas percepções do mercado, portanto, a inovação tecnológica não é a sua característica principal.
Mas isso não dispensa as habilidades técnicas na construção das startups tech enabled.
Preocupar-se com a inovação não está em sua essência, porém dar aos usuários uma experiência suave, engajante e sem atritos está. Logo, o domínio técnico das tecnologias utilizadas na sua construção é fundamental.
Isso não significa que uma fundadora não técnica não terá sucesso. Mas sim que para escalonar seu negócio de forma rápida, ela precisará trazer para sua equipe pessoas capacitadas tecnicamente.
Benefícios:
As startups tech-enabled são as que:
- possuem custos operacionais mais baixos;
- precisam de menos capital inicial;
- possuem menor risco de fracasso técnico e mercadológico (se bem executadas).
- geram faturamento (e até lucros) mais rápido.
Pontos de Atenção:
Startups deste tipo:
- precisam lidar com mais concorrentes;
- tem mais dificuldade em manter um diferencial competitivo.
Algumas empresas tech-enabled e no que elas apostam:
- Uber ? transporte urbano;
- Cronapp ? plataforma para desenvolvimento low-code;
- Ifood ? pedidos e entregas de refeições;
- Loft ? compra e venda de imóveis;
- Quinto-Andar ? aluguel de imóveis;
- Oplab ? estratégias de investimentos com opções;
- Nubank ? serviços financeiros.
O “espectro tech”:
Fundamentalmente, o que essa classificação das startups em “tech-driven” ou “tech-enabled” nos mostra é onde está o foco de inovação do negócio (na criação de tecnologia ou na oferta de valor advinda do uso diferenciado de tecnologia).
Porém, devemos lembrar que essa classificação aborda dois extremos do que vou chamar de “espectro tech”.
Startups possuem diversas formas de se configurar, durante a vida de uma empresa existe muito espaço para ela navegar de um polo a outro, mudando seu foco de inovação. Ou ainda, algumas delas podem tentar se beneficiar de pontos positivos de um polo do espectro tech, mantendo-se predominantemente ligada a outro.
Pontos de atenção para investidores:
Os pequenos investidores, sejam investidores-anjo ou venture capitalists com acesso a pools de capital de risco menores, são particularmente aconselhados a considerar essa classificação ao considerarem oportunidades de investimento.
Ainda, precisam considerar que o risco de financiamento é mais elevado para as startups tech-driven e, a menos que investir em tech-driven businesses faça parte da tese de investimento para a construção de seus portfolios, devem evitar investir nesses negócios.
Você adicionaria uma startup tech-driven no seu portfólio? Me conte abaixo nos comentários e aproveite para deixar sua opinião sobre o “espectro tech”!
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